segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O QUINZE


Sara Sousa

Observando os noticiários sobre a situação da seca na região do Nordeste, me lembrei de outro difícil momento que o nosso povo passou, momento esse que fez a família da escritora cearense, Rachel de Queiroz, fugir do Ceará para se salvar no Rio de Janeiro e depois no Pará, este fato levou a autora em 1930, escrever sua primeira obra, O Quinze.
Em sua obra inaugural, Rachel de Queiroz descreve o drama dos retirantes que sofreram uma das maiores secas que assolou o Ceará em 1915.

A obra capta o sofrimento das pessoas que tentavam sobreviver a fome, a sede e ao desalento de uma época seca de tudo. O cenário é descrito com riqueza de detalhes, é capaz de me rebuscar momentos no qual eu nunca vivenciei, que estão guardados, a sensação de  garganta seca é uma constante.
Envolto no drama, o romance se sobressai frente a dor dos retirantes da seca, sendo vistos de uma perspectiva que harmoniza o setor social na obra, no entanto, sem perder o foco para os temas políticos da época.
A história é rodeada de amarguras. Bastaria a saga da família de Chico Bento para marcar o romance com as cores negras da desgraça. A morte está por toda parte. Morte de gente e de bichos. 

Rachel de Queiroz situa sua história de romance no interior do Ceará, no ano de 1915.   O ano e cenário escolhido se remetem ao fato histórico importante da época, a própria seca, obrigando os filhos da terra, principalmente do sertão, a migrarem para o Amazonas ou para São Paulo, em procura de uma vida melhor. A história é contada em linha reta, valorizando o presente, o cotidiano das pessoas. Vez por outra a história volta ao passado.

O cenário do romance é o Ceará. Especificamente, a região de Quixadá, onde se situam as fazendas de Dona Inácia (avó de Conceição), do Capitão  (pai de Vicente) e de Dona Maroca (patroa de Chico Bento). 

Há também, o cenário urbano, a capital cearense em Fortaleza, local onde migram os retirantes e onde mora Conceição, a protagonista da obra.






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