Sara Sousa
Um sonho que virou realidade para o bem de todos. O objetivo inicial do projeto ambientalista era criar um espaço para reunir objetos e ideias relacionadas
ao Mangue, alertar a comunidade para a preservação do ecossistema. A construção
do acervo é realizada aos poucos, através de doações. Os itens acomodados em modestas
estantes improvisadas, são peças doadas ao Ecomunam, para engrandecer o seu
trabalho de conscientização da população.“ Havia uma grande necessidade de educar para preservar,
antes, as crianças brincavam de ‘estourar’ os cavalos marinhos no ouvido. É esta a importância do projeto” Rusty Barreto,
coordenador do projeto.
O ecossistema do Mangue é um dos mais importantes e biodiverso de todos, no
entanto, foi um dos mais devastados, devido o preconceito que as pessoas tinham
com relação ao forte odor que exala. Por muitos anos as pessoas associavam o
cheiro forte à doenças e impurezas, e optavam pelo aterramento dos manguezais.
Percebendo a riqueza escondida por baixo das raízes das plantas, o trabalho começou a ser desenvolvido. E já dura doze anos.
Percebendo a riqueza escondida por baixo das raízes das plantas, o trabalho começou a ser desenvolvido. E já dura doze anos.
Apesar de o Ecomunam estar oficialmente registrado como museu natural na
secretaria do meio ambiente e no roteiro turístico da cidade, não recebe
investimentos por parte dos órgãos públicos. Situação de verdadeiro descaso é
como negar a importância do projeto, que resiste ao tempo com seu ‘trabalho de
retalho’, mas com boa vontade, pessoas de bem e com o auxílio de um automóvel,
o museu visita escolas, igrejas e comunidades carentes. Este é mais um detalhe que torna o trabalho ainda
mais lindo e respeitado, o automóvel em questão está deteriorado, e muitas
pessoas precisam da visita do museu. A solução encontrada foi enviar cartas ao
programa do Luciano Hulk, para a inscrição do carro no quadro ‘Lata Velha’.
A visita técnica vai muito além de ser um encontro educativo, é divertida também.
Lá, ainda existe o projeto de confeccionar o maior caranguejo do Brasil, sua
estrutura metálica está armada e as pinças do crustáceo estão guardadas
esperando verbas pra o artista plástico dar continuidade ao trabalho, que visa
não apenas o paisagismo do local, mas alertar para a diminuição do consumo do
caranguejo, que já não se encontra em abundância no Estado, isso mesmo, o nosso caranguejo
gostoso da quinta-feira vem de muito longe e mais da metade é desperdiçada no
caminho devido às péssimas condições de armazenamento que são submetidos.
Durante a trilha, somos incentivados a fazer a limpeza da
praia de forma voluntária, levamos um saco plástico e juntamos os resíduos que
estão soltos pelo caminho, durante a caminhada encontramos muitas sacolas de supermercado,
latas de refrigerante e garrafas pet.
No acervo existem diversas espécies de peixes e crustáceos, empalhados,
ou em conserva. Um mine laboratório de amostras marinhas, vale a pena conhecer
o que as profundezas do mar nos guarda e conhecer os danos que a ação do homem provoca ao meio ambiente.
Fotos: Sara Sousa
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