O título até parece uma
brincadeira, visto que boa parte da área litorânea cearense é composta por
mangues. Mas essa é a realidade em que a cidade se encontra. Conduzida pela
‘febre’ da ‘quinta do caranguejo’, o consumo em Fortaleze cresceu, e agora é preciso
importa o crustáceo de outras cidades do Nordeste, como Maranhão e Piauí para
poder ser comercializado. Uma atividade que gera riqueza, emprego, e atrai
turistas do Brasil, está passando por sérios problemas, no qual o homem tem
grande parcela de culpa. A caça feroz e sem cuidado, faz com que o caranguejo
seja consumido precocemente, o que causa sérios danos para essa espécie.
Como agora precisamos importar o
caranguejo, é interessante que o produto chegue até o comércio em boas
condições, consequentemente ao cliente também. Mas tudo isso fica em cheque,
devido ao artigo publicado pelo geografo Antonio Soares, que discorreu o
processo de captura e transporte do animal no Delta do Paraíba-PI. Esse
trabalho abrange bem mais do que uma simples colheita, nele está incluso um
processo de autonomia dos grandes empresários sobre os seus trabalhadores, ou
melhor, coletores de caranguejo. Essa reação é descrita pelo autor de uma forma
em que coloca os mesmos sem saídas, necessitando daqui para viver.
Continuando, o transporte não é dos mais
corretos, para ser sincero, chega a ser bruto. Os caranguejos são submetidos a
muitas situações que na maioria das vezes acaba com que o animal morra, antes
de chegar ao seu destino final.
Uma organização entre os coletores
que usam esse bioma, os empresários, e as autoridades, criando formas que se
inicia desde a captura até o consumo, certamente mudaria a triste realidade. É
preciso se criar alternativas em que todos ganhem, podendo assim, fazer com que
uma culinária tão procurada e consumida em Fortaleza, não fique em falta.
Por: Wilson Lennon
Nenhum comentário:
Postar um comentário