sábado, 17 de novembro de 2012

Viagem sem volta

Bruna Feijó

Ser preso, amarrado, sofrer asfixia, ter uma alimentação inadequada e ficar escondido em bagagens atravessando fronteiras para ser vendido como mercadoria. Já se imaginou passando por essa situação?
Esta é a realidade de mais de 38 milhões de animais selvagens retirados ilegalmente de seu hábitat no Brasil, sendo 40% exportados, segundo relatório da Polícia Federal. Em média, num grupo de 10 espécies capturadas, nove morrem, ou seja, de aproximadamente trinta e oito milhões de animais de seus ninhos e tocas, apenas dez por cento chega ao seu destino.

Filhotes de papagaios apreendidos que saíram do MS para SP / Foto: SOS Fauna

O tráfico de animais silvestres movimenta 10 milhões de dólares em todo o mundo, perdendo apenas para o de drogas e de armas. Esta atividade criminosa tem lugar de destaque no Brasil, visto que quinze por cento de todos os seres vivos catalogados no planeta estão no país, e esse comércio ilícito acaba movimentando mais de um bilhão de dólares por ano.
Não é raro ver animais silvestres dentro de casas, muitas pessoas acreditam que estão fazendo um bem ao próprio animal e se encantam quando um papagaio, por exemplo, cantarola os “parabéns pra você”. É preciso entender que estes atos trazem consequências negativas para o animal.


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A compra e venda de animais é crime e, segundo o caput do art. 1º da Lei nº 5.197/67, é proibida a utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha do animal silvestre bem como de seus ninhos, abrigos e criadouros naturais. O caput do art. 29 da Lei nº 9.605/98 determina a pena de detenção de seis meses a um ano e multa para o crime de “Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”.
A principal rota do tráfico no Brasil se concentra nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde há redes organizadas e instruídas para burlar o sistema de fiscalização implantado nas rodovias e em aeroportos. 

Fonte: Renctas

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