segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Quem com emissões fere, com emissões será ferido

Quando se fala em aquecimento global, sempre se tem em mente o mito de que esse problema, por mais que afete a todos, é de interesse apenas dos ambientalistas. Na verdade isso é um grande engano. O aquecimento global pode provocar também sérios prejuízos financeiros a longo prazo até mesmo para aqueles que mais lucram hoje com o crescimento insustentável. Pelo menos é o que diz o economista inglês e ex-vice presidente sênior do Banco Mundial, Nicholas Stern, em seu relatório Stern.

Como já tem sido bastante debatido, o aquecimento global é, em parte, resultado do aumento na concentração de gases de efeito estufa presentes na atmosfera. Os principais gases de efeito estufa são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e Perfluorcarbonetos (PFC's). Sua presença na atmosfera é medida em ppm (partes por milhão), onde, dividindo-se uma porção da atmosfera é um milhão de partes, verifica-se quantas partes são de gases de efeito estufa. Segundo o relatório de Stern, os níveis de CO2 em 2006 estavam em 430ppm e seguiam crescendo em 2ppm ao ano. As principais fontes destes gases são a queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc.) e as indústrias. O avanço do desmatamento também contribui para o aumento da presença desses gases na atmosfera, pois sem floresta não há renovação na atmosfera.

Mas o mais interessante no relatório Stern é que ele aponta motivos de preocupação até para os menos interessados em conter o avanço do aquecimento global. A obsolescência dos atuais métodos produtivos e do atual modelo econômico podem provocar desequilíbrios não só ambientais, mas desequilíbrios econômicos e sociais similares aos das guerras mundiais. As mudanças climáticas podem ocasionar perdas no PIB mundial que podem ir de 5% a 20%, além de afetar elementos básicos para a vida de toda a população, como o acesso á água e a produção de alimentos.

Evitar os prejuízos do aquecimento global é a melhor opção ainda disponível
Os custos de se prevenir tal situação são ínfimos se comparados a qualquer tentativa de se remediá-la a partir de 2035, quando já teríamos o dobro de gases de efeito estufa na atmosfera do que tínhamos no começo da revolução industrial. Seria necessário que os países desenvolvidos cortassem suas emissões em pelo menos 60% por cento até 2050. Isso exigiria um investimento de apenas 1 % do PIB mundial ao ano.

Jáder de Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário