quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ánalise do filme "Lixo Extraordinário" e o consumo, lixo e reciclagem.

 Rafael Meyer

Análise do filme “Lixo Extraordinário” e o consumo, lixo e reciclagem.

Um dos maiores artistas plásticos da atualidade, dando vida ao lixo, abusa de matérias-primas inusitadas e tem arrastado multidões para suas exposições, esse é Vik Muniz, foi assim que Jô Soares o apresentou em seu programa.
O filme Lixo Extraordinário, conta história de como o artista, iniciou sua carreira. Começou de forma inusitada, depois de levar um tiro na perna, por tentar intervir numa briga, o homem que foi responsável pelo disparo era muito rico e, deu um grande quantidade de dinheiro para Vik. Com a indenização, o artista plástico, que até então não tinha descoberto seu talento para as artes plásticas, se mudou para os Estados Unidos, onde trabalhou como servente de uma rede de supermercados e, ficou encarregado de limpar o pior tipo lixo, o orgânico.


Atualmente, como grande artista, Muniz incorpora objetos novos em suas criações para criar imagens ousadas, inteligentes e, algumas vezes, enganosas que passam por um processo fotográfico.
Ele cria figuras a partir de materiais como sujeira, diamantes, açúcar, cabos, cordas, chocolate, amendoim e pigmento.

O trabalho considerado por Vik, como o de maior destaque em sua carreira é o, Sugar Childrens, que foi a primeira vez que ele direcionou suas obras para algo que existe realmente no mundo e tem um importância. Ele transformou essas crianças do Caribe, mais especificamente da Ilha de São Cristóvão, filhas e filhos de trabalhadores de plantações de cana, em arte. Pensou que essas crianças poderiam viver felizes, pois vivem no paraíso, mas possuem pais tristes e desgastados, por trabalharem por mais de 16 horas nas plantações e, percebeu que a única coisa que poderia deixar essas crianças infelizes seria o açúcar. Então, quando voltou para Nova York, decidiu desenhar as crianças com açúcar, o que foi bastante elogiado pelos críticos, mudando sua carreira completamente.

O filme mostra o novo sentido que o Vik quer dá na sua carreira, saindo um pouco do mundo das Belas Artes e, buscar atingir as vidas de um grupo de pessoas através de obras artes que utilizam o mesmo material que elas usam diariamente, o lixo. Consequentemente, reutilizar e reciclar esse lixo e, transformar em ideias.

Esse processo incia-se na escolha do local para a captação de uma enorme quantidade lixo, das formas mais variáveis, analisando também as dificuldade de se trabalhar no local. Acabam escolhendo um lixão, onde é levado todo lixo do Rio de Janeiro, que é cercado por uma favela dominada pelo tráfico de drogas. Mesmo assim, Vik e sua equipe decidem investir nessa ideia que poderia ajudar a melhorar a vida dessas pessoas.

Ao chegar no seu novo local de trabalho, o lixão do Rio de Janeiro, observam que ao redor do aterro existem várias empresas ligadas à reciclagem. Vik e o seu companheiro de equipe, ficam impressionadas com a quantidade de lixo que encontram no local. Jardim Gramacho, como é chamado, em volume recebido diariamente é considerado o maior aterro do mundo, não possui nada de jardim, parece mais a cidade do lixo.

Já no local onde ele começa a fazer o trabalho com sua equipe, o artista brasileiro, fica espantado com o número de pessoas que catam lixo no aterro e a quantidade enorme de urubus sobrevoando a área. Logo, observa que vai poder utilizar um vasto material para a criação de suas obras, como: papel, plástico, vidro, materiais ferrosos. Cada objeto desse tem seu valor para os depósitos que cercam o local, então o aterro sanitário funciona como uma bolsa de valores. No depósito, esse material sofre uma seleção, do que serve ou não, e são enviados para indústrias. Em seguida, são transformados em granulados, daí, sendo levados para outra indústria onde são transformados em pára-choque dos carros.

Numa conversa entre o, Vik e o proprietário do lixão, este ressaltada a importância do catador para Gramacho, pois eles estão aumentando a vida útil do lixo. Cada um, cata o equivalente a 219 sacos de lixo por dia. Tudo isso é organizado em vários e grandes sacos e, recolhidos pela companhia responsável, que leva para a reciclagem.

Valter, na época das filmagens, vice-presidente da Associação dos Catadores do Aterro Municipal do Jardim Gramacho (ACAMJG), faz uma análise para explicar a importância dos catadores: cada casa gera 1kg de lixo, cada quilo de lixo gera meio quilo de material reciclado, em mil residências isso se transforma em 500kg de material reciclado. Sendo assim, evitando que esse entulho seja depositado nos rios, lagos, ruas, entupindo esgotos, fazendo grande mal à natureza.

Vik, apresenta algumas pessoas que trabalham no aterro, para saber o que essas pensam de trabalhar lá. Esses mesmos entrevistados, vão auxiliar o artista à encontrar e catar os melhores lixos, como: garrafa de champanhe verde, garrafa de cerveja marrom, vidros, plásticos, calina é utilizado pois dá uma sensação de objeto, garrafa pet que serve como massa, vão utilizar até fantasias de carnaval. Além disso, vão servir de modelos para o desenvolvimento das obras.

No final, com todos os materiais da lista recolhidos e a equipe formada, começa o processo de criação das obras, e com a venda de uma delas em um leilão, todo o dinheiro arrecadado vai destinado para a comunidade do Jardim Gramacho, enquanto as outras obras foram levadas para exposição.

Através da iniciativa de Vik, da transformação de lixo reciclado em obras de arte, lixos foram reutilizados em prol da arte, e principalmente, a vida das pessoas que trabalhavam no aterro e trabalharam na produção das peças artísticas, mudou completamente.

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