terça-feira, 24 de maio de 2011

Feira Agroecológica do Benfica – A favor da Biodiversidade


Desde abril de 2010 acontece em sábados alternados a Feira Agroecológica do Benfica na praça da Gentilândia, em Fortaleza (CE). A feira é organizada por um grupo de “consumidores conscientes” que se reuniram com o intuito de incentivar a permacultura, os produtores locais que trabalham com frutas e verduras orgânicas e também promover várias atividades no local, como oficinas, artesanatos, palestras e encontros. “É um trabalho voluntário que nos proporciona grande satisfação, pois podemos dar essa oportunidade às pessoas que querem ter um estilo de vida mais sustentável.”, afirma Luana Spinoza, uma das organizadoras.


O evento ainda está em fase de crescimento, no aguardo de incentivos por parte da prefeitura e patrocínios. Porém, a procura por parte de consumidores já é grande, a cada sábado que passa podemos ver um número crescente de pessoas interessadas em comprar os alimentos. Uma delas é Heloísa Murta, secretária da Comissão do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Ceará, que apoia a causa e diz que a feira orgânica é uma opção mais saudável, pois no estado o uso de agrotóxicos e outros produtos químicos é abusivo, trazendo problemas à saúde.
De fato, o Brasil é o país que mais usa agrotóxicos no mundo inteiro e essa ação provoca um grande desgaste à natureza, pois polui o solo, o ar e prejudica toda a fauna local. Além disso, causa várias doenças para os humanos devido aos seus tóxicos. A vantagem de consumir um produto orgânico é estar livre desses químicos, preservar o meio ambiente e se alimentar de forma mais saudável, uma vez que os venenos tiram boa parte dos nutrientes da fruta ou verdura.
Wagner Pedrosa trabalha com a permacultura há nove anos, mantêm o sítio Vale da Biodiversidade, situado em Mulungu, região do Maciço de Baturité e é um dos produtores da feira. Ele afirma que o evento é de grande importância para o meio ambiente. “A permacultura é o sistema perfeito para a proteção da biodiversidade, pois nossos processos não agridem a fauna e a flora, respeitamos o ritmo da natureza, a época de cada fruta ou verdura e também tratamos a água e o solo sem aditivos químicos”.

Além desses benefícios citados por Wagner, existe também o fato da valorização do produto local, que é mais fresco e gasta menos energia para ser transportado e chegar à sua mesa.

Outro produtor que participa da feira, Isaías Xavier de Aguiar, também da região do Maciço, diz que a feira é um grande incentivo para continuar a produzir os produtos orgânicos, porém afirma que a ainda tem o que melhorar: “Acho que precisamos de mais produtores e mais pessoas participando”.

A próxima feira acontece dia 4 de junho a partir das 7 horas da manhã e é aberta a todos os interessados.

Postado por: Patrícia Mendes.

Aprendendo a ser sustentável (Crônica)

Desde pequena ouvi na escola e depois na universidade que era importante zelar pelo meio ambiente. Também vi essa ideia nas propagandas da televisão, discursos políticos, embalagens de produtos que diziam “ajude a preservar as florestas” e até na boca de várias pessoas que se mostravam preocupadas com o assunto.

Então eu pensei: por que o planeta está passando por uma crise ambiental tão grande se existem tantos manifestos “ecológicos” por aí? Por que os políticos não tiram nenhuma dessas ideias do papel? Por que a população não toma nenhuma atitude que possa ajudar? Por que as mais importantes empresas do mundo continuam a agredir a natureza em troca de poder? Por que o ser humano é a única espécie capaz de destruir seu próprio habitat?

Depois de tantos livros, notícias, documentários, filmes que falam da crise ambiental que vivemos atualmente, vi que eu realmente precisava fazer algo, me engajar em algum movimento ou ONG, pelo menos para aliviar minha consciência.
Minha primeira decisão “sustentável” foi reduzir o consumo de produtos de origem animal até chegar ao ponto dele ter se tornado praticamente inexistente. A segunda foi tentar passar para meus amigos ideias que poderiam deixar nossa existência na Terra mais sutil. E por aí, fui descobrindo lugares que não dependem de governo, ou de burocracias. Um deles foi a ONG “A Cura do Planeta”, que existe em Fortaleza desde 2010 com intuito de ajudar a amenizar os problemas ambientais que estamos passando e levar as pessoas pequenas soluções viáveis para começar a praticar no cotidiano.

Reciclagem, produtos orgânicos, dieta vegana, oficina de permacultura, aulas de yoga, entre outras coisas são os temas e atividades que estão na programação da ONG mantida por voluntários, ativistas e agitadores sociais que se uniram com o mesmo objetivo: curar um planeta doente.
A Cura Do Planeta funciona em uma casa situada no bairro Aldeota e também numa praça recém-construída que fica logo ao lado.
Na Casa da Cura funciona diariamente (de segunda a sexta-feira) o restaurante O Vegano, que como o próprio nome já diz, oferece pratos sem nenhum tipo de produto de origem animal (ovos, leite, mel, carnes). Apesar da minha opinião ser suspeita, não resisto dizer que a comida é deliciosa.
Na Casa também acontecem frequentemente oficinas com diversas atividades, palestras, aulas de yoga e meditaçães.
Já a Praça da Cura é um espaço que foi construído de maneira 100% sustentável, com vários materiais reciclados e sistemas ecologicamente corretos. No local também funciona uma lanchonete que oferece pizzas e sanduiches veganos, plantio de hortas orgânicas, “ecoloja” e shows de bandas locais. Porém a praça não será permanente, pois o terreno foi cedido temporariamente por empresários que pretendem construir um shopping no local, o que é uma pena para todo o grupo envolvido no projeto.


A Cura do Planeta existe por vários motivos, mas na minha interpretação, o principal é mostrar as pessoas que sustentabilidade deve ser uma ação, não uma ideia. Deve ser nosso cotidiano, que pode ser bem mais do que o ciclo de trabalhar, comprar e consumir.

Deve ser também pequenas atitudes que não dependem de políticos e sim da nossa consciência. Deve vir de coração, de instinto de sobrevivência, de amor à natureza, de espírito coletivo, de vontade de mudança.
O planeta está em nossas mãos!

Ficou curioso em conhecer A Cura do Planeta?
Acesse: http://www.acuradoplaneta.org



Postado por: Patrícia Mendes

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Resenha: Documentário "A carne é fraca"


O consumo da carne e a água do planeta
O documentário “A carne é fraca” foi produzido em 2005 pelo Instituto Nina Rosa a fim de provocar uma reflexão sobre as consequências do consumo da carne, sejam elas ambientais, sociais ou questões que envolvem a saúde humana e  direitos animais.
O primeiro bloco do documentário aborda a questão ambiental e mostra como a produção da pecuária no Brasil pode ser prejudicial aos nossos recursos hídricos.
Para falar sobre o assunto, podemos ver os depoimentos de Washington Novaes (Jornalista), Christian Guy Caubet (professor titular do departamento de Direito da UFSG) e  João Meireles Filho (Instituto Peabiru Belém do Pará).

Washington Novaes começa explicando que a pecuária é uma prática que cada vez mais está se complicando devido as suas consequências ao meio ambiente. O jornalista afirma  que em sete anos, dobrou a produção anual de carne no mundo, passando de 250 milhões de toneladas.
O professor Chirstian Guy complementa dizendo que o impacto para os recursos hídricos é muito grande. Por exemplo, a população de suínos é equivalente a 45 milhões de humanos, sendo seus dejetos são de 7 a 8 vezes mais do que uma pessoa produz por dia. Esses dejetos acabam indo para os pequenos açudes sem receber o tratamento adequado, levando bactérias e vírus para as águas, infiltrando nos lençóis freáticos (juntamente com hormônios e medicamentos que são dados ao animal) e por fim chegando ao mar mais de 100 milhões de toneladas de resíduos por ano, provocando uma disseminação descontrolada de algas que, quando se decompõem, causam um perigoso impacto sobre a biodiversidade.

João Meireles fala com convicção que a água do planeta está sendo comprometida pela pecuária: “O que o boi produz de estrume pode conter bactérias e outras substâncias que chegam até as águas de consumo humano.” E o Christian Guy completa: “Hoje em dia, cerca de dez mil pessoas morrem no mundo inteiro por causa de doenças veiculadas à água.”
No documentário também é mostrado um quadro de valores de água gastos por animal divulgado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Um boi, por exemplo gasta 35 litros por dia, para bebida e asseio do animal. Da mesma forma o porco, gastando 15 litros por dia, a vaca leiteira com 90 litros, entre outras espécies de consumo humano.

Além de todo esse impacto para as águas do planeta, o documentário aborda a questão da emissão de gases nocivos para a camada de ozônio, o desmatamento da amazônia tanto para serem feitos os pastos, como para a produção de alimento para os animais (cereais, soja, entre outros) e o problema da exportação do produto. Também é mostrado todo o procedimento que é feito até a carne chegar a sua mesa.

As cenas são fortes, mas o documentário não chega e ser apelativo, é mostrada uma realidade que muitos ainda tentam negar ou omitir, porém é uma questão que precisa ser repensada, bastante discutida e que vai muito além da crueldade com os animais. Mesmo que a decisão final da população não seja parar de consumir carne, pode ser feita uma redução significativa desse ato. O que se pode fazer também é exigir do fornecedor uma cautelosa fiscalização desse produto, já que existem várias empresas no Brasil que não obedecem as leis de produção, causando vários problemas ambientais sem sofrer qualquer punição.
*Confira o primeiro bloco do documentário onde são tratatas essas questões:



Postado por: Patrícia Mendes.

domingo, 22 de maio de 2011

Revista Renergy



Descobri essa revista e fiquei encantada.
Conteúdo altamente interessante. Vale a pena conferir.
Ela é bimestral e apenas 1000 exemplares estão disponíveis nas bancas
No site, é possível folheá-la


http://renergybrasil.com.br

Erika Neves

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Arte reciclada


Às vezes podemos ter uma ideia e solucionar um problema que antes parecia sem solução.
Alguns materiais produzidos pela indústria alimentícia não são recicláveis, como papel laminado, alguns tipos de garrafa, sacos plásticos, entre outros. A caixa de leite é um deles, pois é toda revertida com papel laminado, o que a deixa mais resistente.
Porém, Ricardo Cavalcante, artista plástico de 32 anos, viu nessas caixas uma maneira de reutilização. Há pouco mais de um ano, ele trabalha produzindo carteiras personalizadas com imagens de banda de rock, cordel e até mesmo fotos de grandes ícones, como Marilyn Monroe.

Tudo começou quando o artista viu a carteira de um amigo, trabalhada da mesma forma. Ele conta que a desmontou toda e aprendeu a fazer as suas.


Atualmente, Ricardo conta com a colaboração de donas de casa para conseguir seu material. Ele vai de porta em porta para conseguir as caixas e produzir as carteiras.
Você pode encontrar Ricardo vendendo as carteiras nas universidades e feiras agroecológicas de Fortaleza. Os preços variam de R$ 7,00 a R$ 30,00 (no caso, as bolsas de papelão, que são maiores).

Postado por: Patrícia Mendes

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Bem vindos!

"Jornalismo Ambiental Unifor" é um blog para exercícios e conteúdos produzidos por alunos da disciplina Jornalismo Especializado, ministrada pela professora Janayde Gonçalves do curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor).


 Aqui serão produzidos textos, resenhas, artigos, ensaios fotográficos, entrevistas, entre outros formatos de produto jornalístico envolvendo o tema meio ambiente.